
Quando pensamos nos primórdios da indústria automobilística brasileira, é natural imaginar modelos robustos, com volantes e designs clássicos. No entanto, poucos sabem que o primeiro carro do Brasil não possuía volante — ele era dirigido com um guidão, como uma bicicleta ou motocicleta.
Um Pouco de História
O ano era 1893, e o Brasil ainda engatinhava no processo de industrialização. Foi nesse contexto que Valentim Bouças, engenheiro e visionário, trouxe à vida o que viria a ser conhecido como o primeiro automóvel do país.
Esse veículo pioneiro foi construído com base em projetos europeus da época, especialmente os franceses e alemães, e surpreendeu ao não utilizar volante. Em vez disso, possuía um guidão de direção, semelhante ao de uma bicicleta, o que era comum em modelos de automóveis do final do século XIX.
Como Era o Veículo?
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Tração: movido por um motor a vapor ou motor de combustão interna rudimentar (há divergências históricas).
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Estrutura: carroceria simples, feita em madeira reforçada, com dois ou três lugares.
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Direção: guidão para manobras, em vez do volante redondo que se popularizaria anos depois.
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Velocidade: máxima de cerca de 20 km/h.
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Produção: artesanal, feito em número extremamente limitado.
Por Que Um Guidão?
Naquela época, o volante ainda não era padrão nos automóveis. O guidão era mais simples de construir e operar, e muitos dos primeiros carros foram inspirados em carruagens e bicicletas — que, claro, também usavam guidão. Só a partir de 1894, com a popularização dos veículos da Daimler e Benz, é que o volante começou a substituir o guidão nos projetos europeus e americanos.
A Evolução Após o Primeiro Modelo
O uso do guidão nos carros durou pouco. Já nos primeiros anos do século XX, os fabricantes brasileiros começaram a adotar o volante, seguindo o padrão internacional. Mas o legado desse primeiro carro com guidão ficou como símbolo da ousadia e da criatividade dos pioneiros da mobilidade no Brasil.
Curiosidade: Carro ou Carroça com Motor?
Alguns historiadores consideram que esse primeiro modelo era mais uma carroça motorizada do que um automóvel nos moldes que conhecemos hoje. Ainda assim, foi o início da paixão do brasileiro pelos veículos — paixão que, até hoje, move gerações.
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